quarta-feira, 9 de março de 2011

Mansur participa do projeto 'Varais em Belém' (Foto: Daniel Pinto)
                              Tipógrafo e Poeta mineiro Guilherme Mansur participa de projeto (Foto: Daniel Pinto)



Mansur participa do projeto 'Varais em Belém'
 
Quinta-Feira, 03/03/2011, 02:49:58
A entrevista estava agendada para o final da manhã ensolarada. O cenário era lindo, e Guilherme Mansur espiava o lago azul anil que embeleza o quintal do condomínio onde o poeta está hospedado em sua primeira visita a Belém. Fascinado com a natureza da cidade, Mansur se apressa em explicar um de seus novíssimos projetos. No gramado se vê folhas de papel ofício alinhadas. Mas não há nada escrito nelas. Ainda.
“As únicas marcas serão as ações da natureza daqui, da chuva e do sol. A escolha pela forma linear evoca a linha do Equador, que passa no Norte. Não haverá palavra. Chuva e sol vão inscrever nos papéis, e registrar as marcas que fazem na cidade”, diz o poeta e tipógrafo que, ao final do processo, pretende recolher os papéis e organizá-los em espiral no livro batizado com nome auto-explicativo, “Sol e Chuva”.
“Quando eu penso em letra, eu penso em cor, penso em cheiro”. Por entender a palavra como um fenômeno muito maior que a própria escrita, o também tipógrafo, ou melhor, “tipoeta” Guilherme Mansur transita com toda liberdade entre as artes plásticas e a poesia. De tão próximas, as duas se misturam: o poeta escreve sem a palavra, a letra se torna imagem estética.
Uma mostra desse fenômeno literário promete fazer chover hoje. Numa cidade molhada como a capital paraense, isso não seria novidade. Mas se tratando de uma chuva provocada por Guilherme Mansur, há de se esperar bem mais que o convencional. No sarau literário “Varais”, de Josette Lassance, o tipoeta mineiro participa com sua Chuva de Poesia, projeto que reúne textos assinados por escritores dos quatro cantos do país, e que estará em exposição hoje no Espaço Cultural Corredor Polonês.
Acompanhe trechos da entrevista concedida com exclusividade ao Caderno Você, num bate-papo em que Mansur fala sobre sua poesia, que já teve como parceiros grandes nomes como os concretistas Paulo Leminski, Décio Pignatari e os irmãos Campos; e sobre seu impressionante fôlego criativo.

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